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Demência em idosos: O que é e como ela atinge a terceira idade

A demência em idosos é uma doença cada vez mais presente, ocasionada por diversos fatores. Segundo os dados do Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhões de pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil casos são diagnosticados por ano, números alarmantes e que exigem a conscientização da população.

Para ajudar no diagnóstico, convivência e saúde, criamos esse artigo como um guia completo sobre a demência em idosos, o que ela é, quais os tipos, melhores tratamentos, entre muitos outros. Continue lendo e confira!

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O que é a demência?

A demência em idosos é uma síndrome que deteriora progressivamente as funções cerebrais, como a memória, habilidades sociais, o raciocínio, a linguagem e outros, o que é capaz de interferir na rotina e bem-estar dos seniores.

Ela não é considerada uma doença, mas sim um termo que engloba diferentes sinais e sintomas neurológicos que podem indicar a presença de alguma doença neurológica, como o Alzheimer.

Apesar de ser considerada uma patologia da terceira idade, a demência não deve ser considerada normal ou ocasionada pelo envelhecimento, já que o ser humano pode viver com todas as suas funções cognitivas preservadas mesmo com a idade avançada.

Quais são os tipos de demência em idosos?

A demência surge pelo dano das células cerebrais, impedindo que se comuniquem, o que afeta diretamente o comportamento, os sentimentos e o pensamento. Por cada parte ser responsável por diferentes funções, a demência em idosos pode ser de diferentes tipos. Abaixo, conheça os principais.

Doença de Alzheimer: é a forma mais comum de demência, sendo uma doença progressiva e degenerativa capaz de causar declínio de certas funções e atividades mentais, como raciocínio, memória e linguagem.

Demência vascular: é causada por problemas de circulação de sangue no cérebro, manifestando-se pequenos acidentes vasculares isquêmicos que são silenciosos ou até mesmo hemorrágicos. A manifestação clínica é parecida com a do Alzheimer.

Demência na doença de Parkinson: em fases mais avançadas da doença de Parkinson, a demência pode surgir por conta das mesmas alterações fisiológicas que afetam as condições motoras.

Demência Frontotemporal (DFT): caracterizada pela degeneração dos lobos frontais e temporais. A estimativa é que 50% das pessoas com esse tipo de demência têm histórico familiar da doença. Acomete pessoas mais jovens se comparadas às acometidas pelo Alzheimer.

Demência de Corpos de Lewy: ocasionada pelo depósito anormal de proteínas no cérebro (chamadas de corpos de Lewy). Esses corpos também causam a morte dos neurônios, o que gera o declínio cognitivo.

Quais são os sintomas de demência em idosos?

Os principais sintomas da demência em idosos podem variar conforme o quadro clínico. Não é comum que pacientes com o mesmo tipo de demência apresentem sintomas diferentes e só o diagnóstico de um especialista é capaz de confirmar.

Dentre os sintomas neuropsiquiátricos mais comuns, é importante mencionar:

  • Agitação e agressividade: inquietação e agressividade são sintomas bastante comuns nas demências. O comportamento agressivo pode ser físico ou verbal mesmo em situações simples. Não revide esse tipo de comportamento.
  • Alucinações: as visuais são as mais comuns, como ver objetos ou figuras que não existem (ou não estão ali), mas as alucinações auditivas também são normais. É importante não discordar do mais velho, mas também não concordar. Distraia-o.
  • Apatia: o distanciamento do mundo é um dos sintomas mais frequentes. Não reage aos estímulos, não fala muito, não se alimenta com a devida frequência. Convidar o sênior a fazer parte de atividades participativas é uma boa pedida.
  • Insônia: apresentar dificuldades para dormir, ter pesadelos e se debater durante a noite também são sintomas. É possível estimular o mais velho a tomar sol pela manhã, fazer exercícios físicos e evitar o cochilo à tarde.

Além disso, as demências em idosos podem apresentar outros sinais, como mudança de personalidade, perda de orientação no espaço e no tempo, dificuldades de raciocínio, confusão e desorientação, perda da coordenação motora, incontinência urinária e mais.

A demência tem cura?

Alguns tipos de demência em idosos tem, sim, cura. Casos de pacientes com HIV, hipoteroidismo grave,  hidrocefalia e outros, o tratamento é voltado para a doença em si, e não para a demência, já que ela é uma consequência da patologia já existente. Na demência vascular, é importante controlar os fatores de risco, como alcoolismo, tabagismo, colesterol, peso, pressão arterial e mais.

Entretanto, a maioria dos casos de demência não tem cura.

Quais são os tratamentos para a demência em idosos?

O tratamento adequado para a demência em idosos dependerá diretamente da sua causa – e consequentemente do seu tipo. Como dito, as demências tratáveis seguem tratamentos relacionados à doença que causou o declínio cognitivo ou então o controle dos fatores de risco.

Já os tratamentos feitos em demências que não têm cura são voltados para o controle dos sintomas.

Além disso, o uso de medicamentos pode variar conforme o tipo de demência, mas os mais comuns são:

  • Memantina
  • Rivastigmina
  • Donepezil
  • Galantamina

Dos 4, o único que é usado como forma de proteger contra a progressão da doença é o Memantina. Mas, na prática, nenhum dos medicamentos tem o poder de impedir que a demência progrida ou que ela exista, mas sim aliviar os sintomas.

Ainda é importante citar que os medicamentos adequados para cada caso só poderão ser prescritos por médicos!

Qual a ligação entre a surdez em idosos e o risco de demência?

Dois estudos recentes mostram a relação entre a surdez e o risco de demência em idosos. O primeiro relaciona a perda auditiva com o alto risco de desenvolver demência pela maior atrofia cerebral, enquanto o segundo aumenta o risco de demência e depressão. 

Ambos os estudos exemplificam que a perda auditiva, que além de favorecer o isolamento e, com isso, prejudica as relações familiares e sociais, também reduz os estímulos cerebrais ocasionados pela surdez, tornando-se mais um fator para prejudicar o cérebro do sênior.

A diminuição desses estímulos reduz a necessidade do cérebro processar sons e a linguagem, prejudicando diretamente sua cognição.

Como lidar com a demência em idosos?

A demência afeta principalmente aqueles que a possuem, o que torna importante que nós, familiares e amigos, incentivamos a prática de atividades prazerosas, capazes de aumentar o bem-estar e qualidade de vida.

Mas, além dos seniores, seus familiares e amigos também sofrem com a perda cognitiva da pessoa amada. Isso porque, muitas vezes, a demência traz mudanças de comportamento e um declínio muito rápido, tornando o paciente pouco parecido com o que era antes.

Em abril, fizemos uma live no nosso Instagram com a Dra. Ana Paula Pena Dias (@draanapaulapena no Instagram), uma Neurologista renomada que abordou o impacto que a demência tem para a família do sênior. Para conferir, é só clicar aqui!

Como prevenir a demência?

A demência pode ser prevenida em qualquer idade com hábitos muito simples, como:

  • Prevenção e controle da hipertensão, da diabetes e do colesterol
  • Evitar vícios e hábitos nocivos
  • Praticar exercícios físicos
  • Ter uma alimentação balanceada e evitar o sobrepeso
  • Buscar por formas de fortalecer o intelecto
  • Evitar o isolamento
  • Permanecer ativo
  • Prevenir e tratar a perda auditiva

Nós, da Goldies, já fizemos um conteúdo voltado para as formas de prevenção à demência. Para conferir na íntegra cada tópico, clique aqui!

Conclusão

A demência em idosos não deve ser tratada como uma consequência comum do envelhecimento, ao contrário: ela pode ser prevenida desde cedo e é essencial que seja, visto que a imensa maioria dos casos não tem cura.

O desenvolvimento das demências está relacionado a diversos fatores e, por isso, é importante ter a prevenção como principal aliado. Caso o sênior apresente sintomas da patologia, é importante levá-lo ao médico para o possível diagnóstico. Mas se ele já foi diagnosticado, o acompanhamento médico é essencial para aumentar a qualidade de vida e bem-estar do mais velho.

Referências bibliográficas

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